As Relações Perigosas de Nikolas Ferreira

A denúncia que ele apresentou contra a deputada Duda Salabert — por suposto uso irregular de fundo eleitoral e que ganhou espaço na mídia como se fosse um ato de fiscalização legítima — agora aparece envolta em suspeitas graves. O material que embasou sua acusação teria sido fornecido por um grupo criminoso ligado à mineração ilegal em Minas Gerais, alvo da Operação Rejeito da Polícia Federal.
Ou seja, enquanto posava de fiscalizador da moralidade pública, Nikolas se apoiava em documentos e informações produzidas por pessoas investigadas por corrupção, fraude em licenciamento ambiental e lavagem de dinheiro.
Mais do que uma contradição, trata-se de um risco para a democracia: quando um parlamentar da base bolsonarista se vale de estruturas criminosas para tentar derrubar uma adversária política, não estamos diante de um simples “exagero retórico” — mas de uma ameaça real, que mistura crime organizado, mineração predatória e disputa política.
Nikolas tenta se defender dizendo que usou apenas informações “públicas”, mas o inquérito da PF mostra conexões perturbadoras: advogados, lobistas e operadores que já estavam na mira da polícia aparecem como fontes diretas ou indiretas de sua acusação.
Essa não é apenas mais uma polêmica passageira. É a revelação de como a extrema direita se organiza: conexões perigosas, alianças subterrâneas e uma estratégia que não hesita em usar a máquina criminosa para atacar quem defende o meio ambiente e os direitos humanos.
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