Em política, quem não cresce, encolhe.
A análise de Eduardo Grin é precisa e revela um dilema central do bolsonarismo hoje: a capacidade de mobilizar não se converte em capacidade de ampliar. Manter 12% do eleitorado fiel, engajado e disposto a ir às ruas não é trivial — especialmente diante de investigações, prisões e o esvaziamento do discurso "anticorrupção". Porém, como destaca o especialista, isso não significa força eleitoral suficiente para vencer.
Opinião:
Esses atos mostram que Bolsonaro ainda tem base, mas é uma base encapsulada. O “bolsonarismo raiz” virou um nicho ruidoso, mas com pouca capacidade de atrair setores fora da bolha ideológica. A dificuldade de “furar a bolha” mostra que:
- O discurso de sempre já não seduz o eleitor mediano, que quer solução para o custo de vida, saúde e emprego — não teorias conspiratórias ou promessas de ruptura institucional.
- A imagem de Bolsonaro como vítima da Justiça perdeu força, principalmente após o 8 de Janeiro e os escândalos envolvendo sua família e aliados.
- Falta renovação no discurso e nas lideranças do campo bolsonarista. O que se viu nas ruas é a repetição de 2018, mas o Brasil de 2025 já mudou.
Em resumo, os atos mostraram força para manter a base, mas também escancararam a fraqueza para expandi-la. E em política, quem não cresce, encolhe.