A presidenta do PT de Pimenta Bueno, Maria Aparecida de Oliveira, convocou para a noite da ultima sexta-feira feira 09, uma reunião ampliada do Diretório Municipal para dentre outros assuntos, registrar o aniversario de 44 anos de fundação do PT celebrado neste dia 10 de fevereiro e nivelar informações quanto aos preparativos para as eleições municipais deste ano. A reunião contou com participação de membros do diretório e de convidados, entre os quais, o blogueiro Flavio Valentin, ex-presidente do MDB no município, um dos colaboradores do encontro.
Durante o desenrolar das
conversas, entendi que desde o golpe de 2016 que culminou com a interrupção do mandato
legitimo da Presidenta Dilma, dando origem ao fascismo e ao golpismo que se instalou no país, os partidos políticos, com exceção
do PT, perderam muito do seu protagonismo, das suas características de organização partidária, cedendo espaço aos blocos partidários e personalistas, ou de figuras, algumas delas toscas da politica. O que se convencionava chamar de direita, virou bolsonarismo ou centrão, e os que se posicionam ao centro ou a esquerda é pejorativamente chamados de esquerdistas ou simplesmente comunista dependendo do interloucutor.
Não é segredo para ninguém que o
bolsonarismo em Rondônia é forte, a ponto de dois candidatos
bolsonarentos se enfrentarem no segundo turno das eleições para governo, e em
Pimenta Bueno, assistirmos a inédita realização de eleição com
candidatura única para prefeito, fato ocorrido na ultima disputa municipal.
A grande pergunta que se faz neste momento é se haverá disputa este ano ou, apenas legitimação de algum nome indicado pelos grupos políticos que atualmente comandam o poder executivo e legislativo por aqui.
Na Câmara Municipal, Araújos e Mandoças defendem as mesmas bandeiras e votam na mesma linha sem aparente divergências. A disputa começa quando trata-se de acomodar cada um dos interesses numa posição de conformo para concorrer cargos, seja na prefeitura, seja no poder legislativo local.
Na Reunião de ontem e na leitura
feita pelo colega Flávio Valentim, foi possível constatar que o bolsonarismo encontra-se
dividido em pelo menos 3 grupos distintos. Um desses sob a liderança do
atual prefeito, Arismar Araújo, um segundo liderado pelos irmãos Jean e Kaká
e um terceiro bloco que corre por fora tentando se encaixar em alguma dos lados do poder. A quem garanta que em algum momento, alguém colocará
um freio de arrumação na bagunça juntando todos eles num grupo só.
Para melhor entender a situação,
vou tentar identificar os atores e suas respectivas colocações em cada um
desses agrupamentos.
Do lado do Prefeito Araújo, fala-se
em 3 ou 4 postulantes a cadeira do próprio, sendo eles, Professora Marcilene,
Procurador Tiago e Vereador Cassio, que foi presidente da Câmara e em
determinado momento se licenciou para assumir um cargo inédito na prefeitura
que até hoje ninguém sabe dizer o certo para que foi criado.
Do Lado dos irmão Kaká e Jean,
tem o Vereador Sergio Tobias que ocupou ou ainda ocupa um cargo de direção no
DER em Pimenta Bueno e Marcos Ranulfo, Promotor de Justiça que sempre esteve
muito ligado ao ex-deputado Kaká e seu irmão, o atual Deputado Jean. Para complicar
a situação, Tobias está no União Brasil, o mesmo partido do prefeito. Fala-se
em sua possível migração para o PL, partido do deputado Valdemar da Costa Neto,
preso na semana passada acusado de participação na tentativa frustrada de
golpe do 08 de janeiro.
Correndo por fora aparece um
terceiro grupo, formado pelos que disputam apoio e simpatia dos irmãos Jean e
Kaká ou do Prefeito Arismar. Esses nomes não costuma aparecer entre os preferidos dos atuais lideres local. Nesse grupo aparece o nome do atual vice prefeito, Valteir, candidato a deputado estadual bem votado em 2022, um médico, conhecido como Dr. Marcilio, o vereador
Marcelo Estoco, e Mario Serra, um servidor público municipal, pioneiro de Pimenta
Bueno.
O PT é provocado a lançar uma
candidatura própria para aproveitar o momento de retomada do protagonismo do
partido nas eleições presidenciais de 2022, com o retorno triunfante do Presidente
Lula ao Palácio do Planalto, a retomada dos investimentos públicos, da geração
de emprego, do crescimento econômico, das políticas ambientais e das políticas públicas
de inclusão, uma importante bandeira do Partido dos Trabalhadores ao longo de
seus 44 anos. Nesse sentido, aparece nomes como o de, Maria Aparecida de Oliveira, atual presidente do partido e conhecida pelos serviços prestados tanto no setor publico quanto no apoio a inciativa privada, nome bastante conhecido na cidade e com trânsito em praticamente todos os seguimentos sociais. Também aparece nomes de recém filiados ao partido mas com grande experiência de militância no movimento social e sindical no estado de Rondônia.
Não se surpreendam se nessa
corrida maluca que se desenha até então, surgir sem que menos se espera, uma via
descolada dos grupos majoritários atuais, e sacudir a disputa com uma forte
candidatura construída em conjunto com os satisfeitos com o desempenho do
governo LULA e insatisfeitos com a falta
de espaço nas referidas arrumações.
Enquanto os bolsonaristas se movimentam
no sentido de acomodar tantos interessados em pouco espaço, o partido dos
trabalhadores vai no sentido contrário, mobilizando os filiados, conversando
com partidos que mesmo no bloco do bolsonarista, tem um pé no governo Lula com
cadeiras em ministérios e cargos de segundo escalão, com militantes de esquerda
que militaram no PSB, PC do B, PV, PDT e militantes do movimento social que
sempre estiveram com o partido em praticamente todas as eleições.
Ainda é cedo para qualquer previsão,
mas tudo indica que com os acontecimentos da semana passada e que terão
desdobramentos nos próximos dias, os principais líderes da direita brasileira
não terão agendas para os principais palanques, não vão estar disponíveis para apoiar seus candidatos no auge do processo
eleitoral.
Vamos aguardar