ESTE SANTO NÃO É SANTO, É O MANÉ TIBIRIÇÁ.


 Vi uma foto de Jair Messias Bolsonaro circulando na internet e achei a ideia de muito mau gosto. Não compartilho imagens assim e nem torço pela morte de ninguém. Tinha dado pouca importância para aquela imagem  até descobrir que aquela foto  não havia  vazado casualmente e muito menos, por adversários do presidente. 

  Não demorou para que a imprensa descobrisse algo semelhante entre aquela pose e uma outra, do  Cristo morto pintada por um artista italiano Andrea Mantegna. A partir de então, ficou evidente que a exposição do presidente naquelas condições foi tudo  muito bem pensada por  sua equipe de marketing.

A outra imagem que inspirou sua equipe de marketing trata-se de uma têmpera sobre tela, pintada provavelmente entre 1475 e 1478 e conservada na Pinacoteca de Brera, em Milão. A pintura é famosíssima pela figura do corpo de Jesus Cristo deitado, que tem a particularidade de seguir e olhar quem olha nos pés de Jesus.

Reinaldo Azevedo comentou sobre o paralelo que se tentou criar entre o falso Messias e o Messias verdadeiro, aquele que amava os pobres, os doentes, as viúvas, os excluídos  e realizava o milagre da multiplicação dos pães.

Bolsonaro o herói que enfrenta o sistema, que não se curva para uma gripezinha e que enfrenta jornalistas, principalmente as mulheres, agora está ali deitado, indefeso e humilde como um crucificado pronto para ressuscitar com plenos poderes diante de seus adversários.   A equipe liderada por Carluxo o filho 02 do presidente agiu com a mesma estratégia de 2018 no episódio da fake facada, inclusive requentando as mesmas ilações da época, tentando passar a ideia de que a esquerda estaria interessada na morte do Messias. 

A imagem de Bolsonaro divulgada na internet chega num momento em que sua popularidade está derretendo, suas chances de reeleição evaporando, a CPI apertando o cerco contra a tentativa de compra superfaturada de vacinas e o inquérito da FAKE NEWS avançando no STF com possibilidade de prisão de apoiadores e membros de sua família.

A foto parece passar a imagem de um homem que implora por compaixão. Um mito que luta sozinho contra uma legião de inimigos que não lhe deixa salvar a nação.

O jornalista Reinaldo Azevedo lembrou das constantes teoria de conspiração levantadas por seus apoiadores e perguntou, “quem são os inimigos de Bolsonaro?”

Bolsonaro tem maioria na Câmara dos deputados, maioria no Senado Federal, tem a Procuradoria Geral da República, os sistemas financeiros, o empresariado, o agronegócio e outros seguimentos privilegiados ao seu lado, lhe dando apoio e sustentação.

Os inimigos do presidente são: o Estado Democrático de Direito, os órgãos de fiscalização que ele ainda não controlou e que ameaça desvendar seus crimes, a diversidade, a pluralidade, a cultura, a ciência e todos aqueles que resistem politicamente e socialmente ao seu desgoverno.

Bolsonaro não está cercado de inimigos. Está cercado de coronéis, reverendos e assessores  espertos que fizeram de seu governo uma oportunidade de se dar bem em compra de vacinas, leite condensado, picanha e cerveja com dinheiro público.

Deixo aqui um lembrete a quem imagina que desejamos a morte de Bolsonaro. Desejamos saúde e vida longa, o suficiente para que ele responda pelos seus crimes de omissão e desvio de dinheiro publico. Que o povo tenha chance de vê-lo sendo confrontado nos debates que serão travados nas eleições do ano que vem.

Como já dizia uma musica antiga de Moreno e Moreninho, " este santo não é santo, é o Mané Tibiriçá".

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