O pensamento do general sobre as cotas corrobora a visão de Bolsonaro, que nega a herança excludente que a escravidão deixou no país. Em julho, durante o programa Roda Viva, o candidato do PSL questionou a necessidade das cotas, a existência de uma dívida social e histórica com a comunidade negra e ainda foi capaz de criar uma fake news com a história do Brasil.
“Que dívida? Eu nunca escravizei ninguém na minha vida. Se for ver a história realmente, os portugueses nem pisavam na África, eram os próprios negros que entregavam os escravos”, fantasiou Bolsonaro durante a entrevista.
Pobres talentosos e a ‘verdade sobre 64’
Souto disse que é preciso retirar a ‘ideologia’ dos livros para revelar a ‘verdade sobre 64’. Para o general, a ditadura militar foi um movimento de “liberdade, coragem e ética” para impedir que fosse instituída a uma “ditadura do proletariado”.
Souto admitiu também que o governo Bolsonaro vai privilegiar os mais ricos na Educação. O general, além de propor o fim das cotas, escancarou que o Ensino Superior não terá acesso para todos. “O país nunca vai transformar os pobres em ricos. Não é todo mundo que chegará lá. Mas os mais talentosos entre os pobres precisam ter acesso ao nível superior”, confessou Souto.
Outra política antipovo de Bolsonaro para a Educação é o incentivo à educação à distância desde o ensino fundamental. Em nome de “combater o marxismo”, o candidato do PSL quer que os filhos de trabalhadores e trabalhadoras não tenham cotas, acesso a um ensino de qualidade e presencial e consequentemente não frequentem a faculdade.
Afinal, para Bolsonaro “essa tara por diploma superior não pode existir“.