Pular para o conteúdo principal

O MPF e o procurador que opinou pela inocência de Dilma, por Luís Nassif

Resultado de imagem
O Ministério Público Federal, através da Câmara Criminal, entrou em uma encalacrada com o inquérito sobre as pedaladas, assim como a Exma. Sra. Juíza Federal da 12ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, que analisou o processo sobre as pedaladas fiscais.
Tudo começou nas sentenças exaradas pela juíza.

O processo analisa diversas operações, os pagamentos à Caixa Econômica Federal (Bolsa Família), royalties do petróleo, Plano Safra entre outros.

O procurador da República Ivan Marx solicitou arquivamento das denúncias. A juíza deu sentença com dois ângulos distintos que, reunidos, levam à absolvição das imputações criminais ao caso das pedaladas.

O caso CEF

Ivan alegou que não houve operação de crédito. De fato, não houve, conforme o GGN mostrou na época. Havia uma conta corrente entre o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e a CEF. Quando o saldo era positivo, o MDS era remunerado; negativo, pagava juros à CEF. Em qualquer período que se analise, o MDS mais recebeu juros do que pagou, indicando que ficou mais tempo com saldo devedor do que com saldo negativo.

1. No entanto, a juíza decidiu que era operação de crédito porque o TCU disse que era operação de crédito. Simples assim.

2. Mas deu razão ao procurador, ao sustentar que não havia dolo porque operações desse tipo, com a CEF, ocorriam desde 1994.

E aí, sem perceber, colocou um enorme bode no meio do processo.

Plano Safra

1. No caso da Plano Safra e do PSI (Plano de Sustentação do Investimento, do BNDES) sustentou igualmente que era operação de crédito porque o TCU disse que era.

2. Em uma das oitivas, com o ex-Ministro da Fazenda Joaquim Levy, Ivan constatou que, no caso do Plano Safra, a prática remontava a 1994. Por analogia, portanto, Plano Safra e CEF ficariam na mesma condição de práticas anteriores ao governo Dilma, sem a presença de dolo.

Mesmo assim, a juíza não acatou o pedido de arquivamento do procurador Ivan Marx.

Ivan entrou, então, com Embargos de Declaração – uma figura jurídica que é utilizada quando uma das partes considera que a sentença contem conflitos de interpretação ou omissões.

De repente, a juíza se viu com um imenso bode no meio da sala, porque o Plano de Safras era justamente o caso que justificou o impeachment de Dilma Rousseff, embora fossem abordagens distintas: o TCU analisava os aspectos ligados à transparência fiscal e improbidade administrativa; a ação visava julgar aspectos criminais.

E, aí, espalhou-se o pânico pelas hostes do Judiciário e do Ministério Público Federal. Não acatando o pedido de arquivamento do procurador, o bode foi transportado em caminhão frigorífico fechado, para não dar na vista, para 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, a instância que, dentre outras atribuições, pode revisar processos em que o MPF seja parte.

O caso ficou dormindo um ano nas gavetas do Conselho, até que o procurador Ivan Marx questionou a delação da JBS, apontando supostos crimes contra o BNDES, não contemplados na delação.

Aparentemente por represália, a Câmara Criminal desengavetou o caso, copiou e colou os argumentos da juiza, copiou e colou os argumentos de Ivan, e decretou que não havia omissão. Taxou a conclusão de Ivan Marx de prematura e redistribuiu o caso para outro procurador. E não se fala mais nisso.

Para atuar no caso, o procurador ouviu meio mundo, Guido Mantega, Arno Agustin, a própria Dilma Roussef. Expediu ofícios, leu mais de mil páginas de documentos até tirar sua conclusão. Pouco importaria se lesse dez mil páginas e ouvisse todo mundo. A Câmara decidiu que a conclusão era prematura.

O episódio expõe mais uma vez o MPF. De duas uma:

1. Ou pretende criminalizar a qualquer preço a ex-presidente Dilma Rousseff ou

2. Utilizou o episódio para represália contra o colega que questionou a delação da JBS.

Qualquer que seja o motivo, é evidente que os pressupostos de um MPF independente foram para o espaço, com o alinhamento ideológico dos procuradores, situação em que qualquer manifestação individual contrária manda o sujeito para o limbo dos dissidentes.
Arquivo

Postagens mais visitadas deste blog

Ceron conquista o 1º – Prêmio da ABRACONEE

“Quero dividir a alegria e satisfação que estou sentindo e vivenciando desde ontem à noite, quando nós, profissionais competentes e comprometidos com essa empresa, levamos o nome da CERON ao topo do reconhecimento nacional”. Recebemos o prêmio de melhor empresa nacional do setor elétrico que divulgou as demonstrações contábeis de 2008 (com faturamento de até R$ 60 milhões mês). Este julgamento é feito sobre todas as DC's das empresas brasileiras ligadas ao setor elétrico, com julgamento em diversos quesitos realizados e julgados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Além da CERON, foram premiadas as empresas CEMIG como empresa de capital aberto e a COPEL como empresa que possui faturamento acima de R$100 milhões mês. Raimundo Nonato

A NOTÍCIA QUE EU NÃO QUERIA DAR

Texto e Fotos: Arnaldo B. T. Martins     O Sol se pôs em Pimenta Bueno!  Centenas se reuniram na Câmara de Vereadores de Pimenta Bueno na manhã cinzenta desta quarta-feira (22), para a última despedida de uma das jovens mais talentosas da cidade, Sol. O cortejo fúnebre, com certeza o maior de 2010, foi liderado por uma carroça simples, puxada por um mulinha. Sobre a carroça foi o caixão da jovem que, em sua última trajetória, arrastou uma multidão entristecida e chorosa. Na saída da Câmara de Vereadores os toques dos berrantes marcaram o início da última passagem de Sol pelo Centro da cidade. Comerciantes, comerciários e a população em geral parou para prestar sua última homenagem a uma das jovens mais alegres e enérgicas de Pimenta Bueno. Muitas autoridades compareceram para confortar a família e dar o seu último adeus. Políticos, empresários, patrocinadores, secretários, advogados e a população em geral, na maior parte jovens que conheciam a jovem que não sa...

Agenda do Vice-Presidente da República em Rondônia nesta terça-feira, terminou com uma importante visita à empresa Ciclo Cairu em Pimenta Bueno

  Geraldo Alckmin com Edimar Cosme e Cida do PT A agenda do Vice Presidente da República Geraldo Alckmin em Rondônia começou com uma reunião com empresários da Federação das Industrias do Estado de Rondônia – FIERO em Porto Velho, inauguração de um frigorifico em Cacoal e terminou com visita à fábrica da Ciclo Cairu em Pimenta Bueno. Maria Aparecida de Oliveira, acompanhou a visita do Vice Presidente da República e disse que Geraldo Alkimin ficou muito impressionado com a história da Empresa Ciclo Cairu     e dos irmãos Eugenio e Flávio. Vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços desde 1.º de janeiro de 2023, Geraldo Alckmin parece ter gostado também de conhecer o plano de investimento da empresa Cairu que inclui uma indústria de pneus em Manaus e uma fábrica de capacetes em Pimenta Bueno. Em Cacoal, Geraldo Alckmin lembrou o potencial agrícola de Rondônia com destaque para a produção de café e os prêmios de qualidade conqu...