A origem das derrotas dos trabalhadores e trabalhadoras nas votações das reformas propostas pelo mercado capitalista, representado por Temer e companhia, tem raiz na composição do Congresso Nacional que saiu das urnas na última eleição. Confira neste post...
O Congresso que saiu das urnas em 5 de outubro de 2014, empossado em 1º de fevereiro de 2015 – já se demonstrou, perfil mais conservador que o anterior. Uma das bancadas que cresceram, e se mostra organizada, é a dos ruralistas, com 153 deputados. A sindical caiu de 90 para 51, enquanto a empresarial tem quatro vezes mais (217). Ela custa caro a Temer e ao país. Ela ajudou cassar Dilma e cobra caro para manter o atual golpista no cargo de presidente.
Mas o desequilíbrio não está apenas na correlação de forças. A diferença entre a composição da sociedade brasileira e sua representação legislativa é gritante em todos os recortes de comparação entre os eleitos e dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Um caso é o da representação feminina: elas são 51% da população, mas o número de deputadas eleitas soma 10% do total, com ligeiro crescimento em relação à atual legislatura (9%).
Quase metade da Câmara atual tem parlamentares com patrimônio superior a R$ 1 milhão. Em relação a população que eles representam, segundo o Pnad, 60% dos ocupados têm renda de até dois salários mínimos. É contra essa população representada por 60% que ganham até dois salários mínimos que este Congresso pratica as piores das atrocidades em termos de reforma política.