Josias aposta numa ação relâmpago da justiça para dar satisfação à opinião pública e passar um atestado de idoneidade para o senador tucano, delatado por alguns réus da Lava Jato. Veja a seguir trechos de sua análise apos Rodrigo Jonot pedir investigação contra o ex-candidato do PSDB.
São mesmo implacáveis os desígnios da política. Em outubro de 2014, seria internado como louco alguém que se arriscasse a prever a hipótese de que, em menos de dois anos, aquele Aécio que roçou a cadeira de presidente da República viraria um suspeito de corrupção e apoiador de um governo chefiado por Michel Temer, cercado de Lava Jato por todos os lados.
A inclusão de Aécio Neves no rol dos políticos investigados faz do seu futuro uma combinação de hipóteses —das mais amplas até as mais específicas. Na pior das hipóteses, a carreira de Aécio será eletrocutada numa linha de transmissão de Furna$. Na melhor das hipóteses, a investigação desligará o delator Delcídio Amaral da tomada.
Mesmo um desfecho benigno, que leve à decretação da inocência de Aécio, comporta a análise de alternativas. Na melhor das hipóteses, a Polícia Federal desmoralizará Delcídio, o procurador-geral Rodrigo Janot solicitará o arquivamento do caso e o STF brindará Aécio com um atestado de idoneidade.
Na pior as hipóteses, a PF terá dificuldades para escarafunchar fatos ocorridos há mais de uma década, Janot encaminhará ao Supremo pedidos de prorrogação do inquérito, os advogados de Aécio reclamarão da demora e o STF arquivará o processo por falta de provas, condenando Aécio a ouvir risinhos perpétuos toda vez que esbravejar contra a corrupção ou cobrar moralidade dos seus rivais.