INDICADO PELO PSDB, Ministro do STF convocou ontem técnicos do TCU, da Receita e do Banco Central para analisar as contas de campanha e da candidata Dilma Rousseff; "Assim como Joaquim Barbosa no julgamento da AP 470, o relatório que está sendo preparado por Gilmar Mendes será uma peça de acusação. Provavelmente, tentará relacionar o caixa 1 de campanha com os dados da Operação Lava Jato", afirma o colunista
247 – Já começou a análise sobre as contas da campanha da presidente Dilma Rousseff e também da petista como candidata. O ministro do TSE Gilmar Mendes chamou ontem técnicos do TCU, da Receita Federal e do Banco Central para ajudar a analisar a papelada.
Em artigo, o jornalista Luís Nassif prevê que, em breve, será apresentada, no lugar de um relatório, uma "peça de acusação". O jornalista diz ainda que "há um conjunto de circunstâncias que sugerem" que o sorteio que fez com que o processo chegasse às mãos de Gilmar, articulado pelo presidente do tribunal, Dias Toffoli, "foi fraudado".
Leia abaixo a íntegra de seu artigo, publicado no Jornal GGN:
Jornal GGN - Ontem, o Ministro Gilmar Mendes convocou técnicos do Tribunal de Contas da União, da Receita Federal e do Banco Central para se debruçarem na análise das contas de Dilma Rousseff.
As investigações serão tanto das contas do comitê de campanha, como da própria candidata Dilma Rousseff, segundo informações do blogueiro Fernando Rodrigues. Há uma montanha de documentos para serem analisados.
A análise das duas prestações de conta foi remanejada para Gilmar pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Antônio Dias Toffoli, mediante um conjunto de estratagemas.
Os processos estavam com o Ministro Henrique Neves, cujo mandato venceu. Menos de oito horas úteis após o vencimento do mandato, antes mesmo que o PT tivesse entregado os relatórios, Toffoli apressou-se, atropelou o regimento interno do TCE –que indicava a figura do juiz natural no substituto de Neves ou em um juiz da mesma classe – e efetuou o sorteio.
Estatisticamente, há um conjunto de circunstâncias que sugerem que o sorteio foi fraudado. A probabilidade dos dois processos caírem com Gilmar era de 1 em 49.
Gilmar jamais se comportou com isenção em temas relacionados com seus aliados (do PSDB a Demóstenes Torres e José Roberto Arruda), aos quais protege, e com os adversários, que recebem sistematicamente votos contrários.
Assim como Joaquim Barbosa no julgamento da AP 470, o relatório que está sendo preparado por Gilmar Mendes será uma peça de acusação. Provavelmente, tentará relacionar o caixa 1 de campanha com os dados da Operação Lava Jatos.
Mesmo contando com um parecer do Procurador Eleitoral Eugênio Aragão, aparentemente a área jurídica do governo e do PT não se moveram para obrigar Toffoli a cumprir o regimento.