Programa de Governo da Marina: os pontos chave da tensão e cisão
O Programa de Governo do PSB elaborado
por Neca Setubal, herdeira do Banco Itaú e apresentado pela candidata Marina
Silva, coloca o eleitor diante de uma
grande dúvida: foram os banqueiros que aderiram ao Programa da Marina ou a Marina Silva que aderiu o projeto
dos banqueiros?
Pré-sal – com sua proposta de menosprezar a exploração do Pré-sal, optando
por fontes de energia alternativas e renováveis, Marina Silva contrariou vários
setores ligados à exploração, produção de petróleo e Etanol no Brasil. De uma
só tacada ela mexeu com os interesses dos
trabalhadores da Petrobras, dos estados produtores de petróleo que tem nesta
fonte a principal fatia de sua
arrecadação, os fabricantes de insumos e
tecnologia para exploração do Pré-sal, os plantadores de cana e donos de usinas
de álcool e outros mais. Estes setores prometem se juntar aos petroleiros em
ato público no Rio de Janeiro no dia 15 de setembro com a participação de Lula
em defesa da Petrobras e do Pré-sal.
Bancos Públicos – Certamente a ideia de apequenar os bancos
públicos não veio de Marina, mas de Neca Setubal Herdeira do banco Itaú que prevê
a transferência de carteira de crédito imobiliário dos bancos públicos para os
bancos privados, mas não com esses prazos e taxas de juros que você
conhece. Isso mexe com os interesses de
quem constrói e quem ainda não construiu sua casa. Com recursos nas mãos dos
bancos privados, só pega grana quem estiver disposto a pagar juros exorbitantes
e para o resto da vida. FHC queria
privatizar os bancos públicos, Marina tenta diminuir seu papel e apequená-los
diante dos interesses dos banqueiros privados.
Banco Central – Também para atender interesse dos banqueiros a candidata
do PSB promete um Banco Central independente. Independente de quem?
Independente do governo e subordinado aos interesses dos banqueiros a quem
entrega a autonomia para gerir as taxas de juros, a carteira de crédito e a
economia. Como se sabe, foi com estes instrumentos que Lula e Dilma enfrentaram
a grande crise econômica mundial que se arrasta até os dias de hoje. Com o
Banco Central, a Caixa, Banco do Brasil e BNDES, o governo Federal controlou a
inflação, injetou dinheiro no setor produtivo e na agricultura e fomentou a
economia com crédito barato para produtores e consumidores fazendo a roda da
economia girar e gerar emprego.
Por ultimo, falou em mexer na
justiça do trabalho e chamou a atenção de trabalhadores, centrais sindicais, juízes,
conselheiros, advogados e todo mundo. Como se sabe, a justiça do trabalho foi
uma conquista dos trabalhadores que não tinha a quem recorrer para protegerem
seus interesses na relação capital e trabalho. As leis trabalhistas surgiram
para dar superioridade jurídica aos trabalhadores frente a superioridade econômica
dos patrões.
Justiça do Trabalho – Um informativo do TST divulgado esta semana
nas redes sociais traz como título: “
PREOCUPANTE: PROGRAMA DE MARINA SILVA PROPÕE O FIM DA JUSTIÇA DO TRABALHO”. A
proposta que segundo eles, encontra-se na página 240 do Programa do PSB, afirma
que o novo modelo de Marina diminuiria o papel do Estado na solução dos
conflitos trabalhista coletivos, A Justiça do Trabalho se limitaria à nova
função de arbitragem pública. A nota
afirma ainda, que o assunto é de interesse para todos que atuam na Justiça do
Trabalho ( Juízes, procuradores advogados, conselheiros, servidores etc.)