“A população suporta pacientemente todos os infortúnios
quando não enxerga uma saída para superá-la” (Tocqueville). Jean Jaurès também alerta que, para haver uma mudança,
as classes atingidas além de sentir um terrível mal-estar, é preciso que elas
tenha um principio de forças, e, por conseguinte, de esperança.
Penso que a muito tempo em Rondônia
a população sente um terrível mal-estar com
o caos na saúde, na segurança pública, a falta de politicas publicas em favor
dos mais pobres e com a apropriação indébita dos recursos públicos por parte de
grupos políticos que vira e mexe são estampados
em capas de revistas, jornais nacionais
e colunas policiais. Esta população pela primeira vez começa a enxergar uma
saída, reúne forças suficientes e reacendem as esperanças de que é possível superar
este atraso.
O resultado da pesquisa realizada
pela revista Enquete e divulgada pela Folha do Sul mostra um quadro nunca visto
em outras eleições. Um quadro de total indefinição. A começar pelo registro de
candidaturas. Expedito Júnior que já apareceu
com 39% de intenções de votos antes do período pré-eleitoral, viu seus indicies
despencar a cada barreira imposta pela Lei do Ficha Limpara para registrar sua
candidatura. Expedito oscilou para baixo na pesquisa da Revista Enquete, saindo
de 25,4% para 24,5%, claro que de acordo com a margem de erros ele pode ter
subido ou descido um pouco mais. Confirmado as candidaturas e o surgimento de
novas opções, o Governador Confúcio Moura também caiu de 22,3% para 22%. Jaqueline Cassol e Padre TON foram os únicos
beneficiados com a confirmação de suas candidaturas. Jaqueline saiu de 16,5%
para 20% ganhando 3,5 pontos na pesquisa e Padre TON de 13% para 17,5% conquistando 4,5 pontos percentuais.
Sou de opinião que a mudança de
humor do eleitor em Rondônia está apenas no começo. E Não será surpresa se
Jaqueline ocupar o lugar de Expedito na cabeceira da pesquisa e Padre Ton
assumir a posição de Confúcio. Os estreantes que antes trabalhavam por uma
aliança formal no primeiro turno destas eleições poderão se transformar em arquivais no segundo
turno. Confúcio Moura pelo visto não se beneficiou exposição diária nos meios de comunicação e reuniões
constantes durante seus quase quatro anos de campanha e larga em segundo lugar
nas pesquisas e com tendência de queda, Expedito tem força e carisma para arrebanhar
aliados e eleitores mas ainda não conseguiu resgatar seus direitos políticos castrados
pela Lei.
Padre Ton se apresenta como bom
prefeito de Alto Alegre, Deputado das causas sociais e militante religioso onde
fez voto de pobreza e abriu mão de seus projetos pessoais em favor dos mais
necessitados. Seu projeto é ancorado
pelos movimentos sociais, sindicais e religiosos e representa a esperança de
mudanças profundas na condução do governo. Jaqueline Cassol vem com o
sobrenome. Seu projeto vem ancorado na liderança politica do irmão Senador e Ex-Governador de Rondônia e
no forte poder econômico da família. Caso se enfrente no segundo turno, teremos
por tanto, um candidato que fez votos de pobreza e que na juventude fez opção
pelos mais pobres ao invés de uma carreira ou negócio que lhe garantisse bens
materiais e posses e de outro uma candidata que é símbolo do empresário bem
sucedido com empresas dentro e fora de Rondônia e que nestas eleições desejam
consolidar o poder politico da família investindo na eleição de três mulheres
com o sobrenome Cassol para Governadora, Senadora e Deputada.