IGP-M
desacelera em abril e indica inflação em queda nos próximos meses: O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M),
auferido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou queda no mês de abril
perante o mês imediatamente anterior, registrando alta de 0,78% contra elevação
de 1,67% em março. O resultado ficou abaixo da estimativa média do mercado
(0,80%) e foi puxado pela desaceleração nos preços do atacado (medidos pelo
Índice de Preços ao Produtor Amplo-IPA, que representa 60% do índice), que
apresentaram alta de 0,79% neste mês contra 2,20% em março. A queda do IPA, por
sua vez, foi fortemente influenciada pela desaceleração no preço dos alimentos
no atacado, que passou de alta de 6,15% em março para elevação de 2% em abril.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou o mesmo resultado do mês
anterior, subindo 0,82%, devido principalmente ao aumento no preço dos
medicamentos, que tiveram alta de 1,49% no período. No acumulado de 12 meses, o
IGP-M registrou alta de 7,98%, sendo 3,35% apenas no ano de 2014
Comentário: o choque inflacionário causado pela seca e pelo aumento dos preços dos alimentos parece estar se dissipando e deve se encerrar no mês de maio, retirando assim a pressão sobre o Banco Central para prosseguir com o aumento de juros.
A desaceleração dos índices inflacionários aponta para um quadro mais benigno para a inflação daqui até o final do ano, caso não ocorram novos choques de preços (seja por quebras de safra, seja por elevação de preços administrados, como energia e/ou combustíveis). As expectativas de inflação já pararam de subir no último boletim Focus e se estabilizaram ao redor do teto da meta, de 6,5%, podendo se reduzir ainda mais caso persista o quadro atual de câmbio mais valorizado e inflação em queda.
Outro fator que pode influenciar o aumento de preços é a Copa do Mundo, mas este fator é incerto e poucos se arriscam a dizer qual será o tamanho do impacto nos preços de tal evento, que deve se concentrar principalmente no aumento dos preços de alguns serviços. Apesar de ser quase certo que a inflação estará acima de 6,5% no momento da eleição, também é bem provável que os meses pré-eleitorais sejam marcados por taxas de inflação menores, o que ajuda a conter o impacto político do discurso catastrofista que prega a existência de um descontrole inflacionário