BLOG DA HELENA
Aécio busca apoio na dissidência do PMDB do Rio, mas só atrai 18 pessoas
Maioria dos presentes é desconhecida no estado. Apoio veio mais fraco do que o esperado. Aécio precisa de um palanque no Rio, terceiro maior colégio eleitoral do Brasil
por Helena Stephanowitz publicado 16/04/2014 10:17, última modificação 16/04/2014 15:49
AÉCIO NEVES/SENADOR
O pré-candidato às eleições presidenciais Aécio Neves (PSDB-MG), apesar de ter residência no Rio de Janeiro, está com dificuldades para ter um palanque no estado. Com o PSDB fluminense carente há anos de uma liderança boa de voto – tentou lançar Bernardinho no ano passado, mas o técnico de vôlei declinou do convite. Sondou Fernando Gabeira (PV-RJ), que também não demonstrou interesse.
O ex-prefeito Cesar Maia (DEM) tentou formalizar o apoio, mas Aécio, até o momento, o está enrolando, por vê-lo desgastado e não acreditar que some votos. Os outros presidenciáveis estão mais adiantados. Eduardo Campos conta com a pré-candidatura de Miro Teixeira, provisoriamente no Pros, mas aliado de Marina.
Dilma Rousseff tem o bom problema de ter de administrar o apoio de quatro pré-candidatos de partidos da base aliada – o senador Lindberg Farias (PT), o senador Marcelo Crivella (PRB), o deputado Garotinho (PR) e o governador Pezão (PMDB).
O presidente do PMDB fluminense, Jorge Picciani, irado por ter perdido uma vaga no Senado para Lindberg Farias em 2010 e ver o senador petista como forte candidato a governador agora, abriu dissidência entre os peemedebistas – aparentemente consentida – e declarou que apoiará Aécio.
Picciani é da linha de políticos chamados clientelistas na relação com os eleitores, ou seja, sem plataforma política definida perante o eleitorado de opinião. Não é radialista, não disputa voto religioso nem ideológico. Conseguiu eleger dois filhos, um deputado federal, Leonardo Picciani, e outro estadual, Rafael Picciani, bem votados, por meio de campanhas profissionais, caras e dispersas no estado. Há poucos prefeitos e vereadores que podem ser considerados de fato de seu grupo. Nas eleições municipais chegou a apoiar candidatos diferentes dos apoiados pelo então governador de seu partido, Sérgio Cabral, sem muito sucesso.
Sem o governador no palanque é difícil que ele, por si só, consiga atrair para Aécio mais votos do que eleitores de seu filho deputado federal. Apoio não se recusa, mas pode haver um efeito colateral: a rejeição alta no voto do eleitorado mais elitista, caso Aécio se exiba próximo demais de Picciani.
Na segunda-feira (14), Picciani reuniu, no Rio, aliados para um jantar de apoio a Aécio. Na foto – publicada no facebook do peemedebista – contam-se 18 pessoas, excluindo Aécio, o próprio Picciani e o presidente do PSDB fluminense, Luiz Paulo Corrêa da Rocha. Entre os 18, dois são os filhos de Picciani e os demais são desconhecidos no âmbito estadual. O prometido apoio veio mais fraco do que o esperado. Aécio continua precisando de um palanque no Rio, o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil.