ECONOMIA: Os otimistas trabalham o lado do copo cheio, enquanto os pessimistas procuram mostrar a parte vazia do copo.
247 – A economia brasileira, afinal, está com o copo meio cheio ou meio vazio? A imagem é comum no jargão econômico. Aponta para o momento em que opiniões sobre um mesmo fato são diametralmente opostas. É o que acontece agora.
Com a divulgação nesta quinta-feira 13, pelo IBGE, da taxa de crescimento da atividade comercial em 2013, o número positivo de 4,3% foi automaticamente transformado em negativo pela mídia tradicional e familiar. Aconteceu nas manchetes de toda a manhã dos portais das famílias Marinho e Frias, onde a comparação com o resultado de 2012, de 8,5%, era o destaque.
A comparação é mesmo inevitável, mas outra também poderia ser. O comércio teve mais que o dobro de crescimento do PIB do ano passado. O resultado se deu, ainda, num cenário de crise internacional, com apostas internas permanentes pela alta da inflação, inibidora do consumo. Assinalar esses elementos seria ver o copo da economia brasileira como meio cheio.
Quem vê os 4,3% de crescimento do comércio como um número bastante compatível com a conjuntura econômica não está isolado. O ex-ministro Delfim Netto tem registrado em seus artigos dos últimos seis meses que o pessimismo midiático não tem razão em sua intensidade. O mesmo sustenta o empresário Benjamin Steinbruch, que na siderúrgica CSN atua num setor de base da economia.
Na ponta dos serviços, a presidente do Magazine Luíza, Luíza Trajano, deu um aula no programa Manhatan Conection, da Globo News, ao demonstrar que a atividade comercial está em funcionamento normal, com os resultados de acordo com projeções realistas dos empresários.
Nesses três personagens parecem estar representados muitos outros empresários, que sabem o quanto análises em série propagando a chegada do caos polui o ambiente real da economia. As mesmas apostas que jogam pelo rebaixamento do Brasil pelas agências de classificação de risco, o que coroaria de sucesso suas divulgações. O velho caso das profecias autorrealizáveis.