A declaração do presidente do partido, Michel Temer, tem por base o fato do PMDB reunir o maior número de políticos eleitos
O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, comanda um verdadeiro império político. Além de seu cargo, o partido acumula a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, e, por consequência, preside o Congresso Nacional. Também reúne o maior número de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e senadores. E, na Câmara, só fica atrás do Partido dos Trabalhadores (PT).
Com base nesse cacife, Temer, em entrevista exclusiva ao Brasil Econômico, fez uma declaração de força: "Quem dá o tom da política no país é o PMDB. Não é sem razão que muitos querem o PMDB". Para não deixar qualquer dúvida, o vice-presidente constata que "se o PMDB não dá apoio a um projeto, o projeto não sai". Apesar do poder e da enorme estrutura, o partido repetirá a dobradinha Dilma-Temer na reeleição. Mas, em 2018, o ciclo da parceria política com o PT deve se encerrar. "Vamos nos preparar e aí, sim, lançaremos um candidato próprio", promete Michel Temer.
O PMDB nega apoio à reforma política? Porque a reforma política nunca sai...
Esse caso é diferente. Porque reforma política é um tema individualizado. Cada deputado, na hora de votar a reforma política, quer saber o que é útil para ele. Não adianta o partido orientar para um lado, porque ele vai votar de acordo com seus interesses eleitorais.O fato de ser seu interesse eleitoral forma nele uma cultura política racional. Ele se convence de que aquilo em que está votando é o correto.
Por que o PMDB, partido fortíssimo, não lança uma candidatura própria à presidência?
Concordo com a premissa de que o PMDB tem muito poder político, na medida em que tem a presidência da Câmara; a presidência do Senado; a vice-presidência da República; tem o maior número de prefeitos, de vereadores, de deputados estaduais. Tem o maior número de senadores e quase o maior número de deputados federais. Tem o poder político muito acentuado. Quem dá o tom da política no país é o PMDB. Não é sem razão que muitos querem o PMDB. Mas nós não nos preparamos para ter uma candidatura. Veja o caso do Ulysses (Guimarães, candidato a presidente em 1989 pelo PMDB). Ele foi o homem que reconstruiu o Estado brasileiro. Foi uma grande figura e teve 4% dos votos. Uma candidatura precisa ser bem preparada. No caso de 2014, vamos repetir a mesma parceria com o PT e vamos nos preparar para 2018 e aí, sim, lançaremos um candidato. Veja matéria completa http://brasileconomico.ig.com.br/noticias/quem-da-o-tom-da-politica-no-pais-e-o-pmdb_137712.html
Depois dessa a gente ja sabe que, se o PMDB desejasse, a reforma política ja teria sido feita. Estão fazendo remendos a muito tempo para não contrariar interesses dos que elegem grandes bancadas a peso de ouro e com ajuda das empresas e empresários brasileiros. Ou os trabalhadores tomam consciência disso e luta pela igualdade na disputa eleitoral ou serão sempre minoria num Congresso dominado pelos representantes do poder econômico