O que se viu hoje nos corredores da Câmara Municipal foi uma grande correria. Servidores públicos organizando o Plenário da casa onde ocorrerá o Julgamento. Testando o som, arrumando cadeiras, mesas, trocando cortinas e limpando o tapete, para que nada vá pra debaixo dele durante o julgamento. Nos gabinetes, muita conversa articulação, troca de telefonemas, agendamento e cancelamento de reunião.
Dentro e fora da casa, as lideranças pró e contra os vereadores que estão com seus mandatos sob suspeita se articulam e correm de um lado para outro. Canetas e papeis são rabiscados e contas sendo feitas a cada momento. Fulano já tem os votos necessários para se livrar da cassação e sicrano falta apenas um voto para garantir sua permanência na casa. Uns apostando na fidelidade de pessoas com quem fizeram composição no passado e recentemente e outros falando de possível traição.
No gabinete do presidente, fila de pessoas, imprensa e entidades para retirar o crachá que dará acesso ao recinto de julgamento e nos bastidores, repórteres e jornalistas querendo ouvir a opinião de quem passa, dos que farão parte do julgamento, de quem será julgado e de quem pretende participar, mesmo que do lado de fora da casa, acompanhando o movimento, o desespero de quem enfrenta a cassação e a expectativa de quem pretende ocupar seus lugares.
O que se sabe é que a segurança será reforçada, pelotões de policiais, viaturas e aparelhos de comunicação já estão mobilizados para garantir a normalidade e a ordem durante as votações.
Tudo mundo garante que será um acontecimento histórico, quanto ao resultado, ninguém arrisca uma vírgula. Tudo pode acontecer, inclusive nada. A maior preocupação é com o que ocorrerá depois.
A Câmara terá voto suficiente para cassar os vereadores?
Os vereadores pegos na Operação Higia terão seus votos contra a cassação?
O povo aceitará o resultado do julgamento?
Os vereadores envolvidos aceitarão o resultado?
A justiça fará a correção necessária se alguém for injustiçado ou se houver omissão do Poder Legislativo?
São perguntas que possivelmente não serão respondidas amanhã.
O relatório da comissão já está pronto, falta o plenário das deliberações dizer se ele é justo ou não.