Quando o espírito da pobreza atinge a alma dos governantes, a realidade dos mais pobres fica mais feia do que é.
Residencial Altamirando em Rondonópolis - MT |
Para alguns gestores, o poder público
pode até fazer algo pelos pobres, desde que não descaracterize a sua realidade
de classe ou sua condição social. É preciso deixar claro as diferenças, a
começar pela moradia.
Sempre
que saio de férias ou viajo para fora do meu município costumo observar o que
esta sendo feito por outros prefeitos ou governos para melhorar seus estados,
suas cidades e a vida de seu povo. Depois costumo comparar com o que está sendo
feito no meu estado e na minha cidade. As diferenças são enormes.
De
passagem por Rondonópolis em janeiro deste ano visitei alguns conjuntos
habitacionais construídos pelo Programa Minha Casa Minha Vida e outros
financiados pela Caixa para famílias de baixa renda. Não por acaso, estive no
residencial Altamirando, um dos mais novos conjuntos habitacionais destinados
às famílias de baixa renda. Meu irmão
mora lá e foi por esta razão que a visita não foi por acaso.
As
famílias de baixa renda contempladas pelo programa não receberam suas casas de
graça, meu irmão paga 25,00 (vinte e cinco reais) de mensalidade para ter
direito a uma casa com dois quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e
toda a infraestrutura como: asfalto, calçada, meio fio, esgotamento sanitário,
água encanada, iluminação publica, uma
árvore plantada na frente da casa e uma muda de outra espécie para plantar onde desejar.
O residencial ganhou uma creche para cuidar das crianças enquanto as mães trabalham e para famílias com alguma pessoa com deficiência física, a casa é adaptada, o banheiro é maior e preparado para dar conforto e segurança aos seus usuários.
Cheguei de Rondonópolis e senti vontade visitar o residencial encontro das águas em Pimenta Bueno.
O residencial ganhou uma creche para cuidar das crianças enquanto as mães trabalham e para famílias com alguma pessoa com deficiência física, a casa é adaptada, o banheiro é maior e preparado para dar conforto e segurança aos seus usuários.
Cheguei de Rondonópolis e senti vontade visitar o residencial encontro das águas em Pimenta Bueno.
Encontro das Águas em Pimenta Bueno |
Uma parte das casas construídas com emenda do saudoso
Dep. Eduardo Valverde fora contempladas com telha de barro, mais adequadas ao calor
desta região. Apesar da prefeitura não ter dado a contra partida da infraestrutura necessária, ainda assim se pode notar alguma diferença entre
esta primeira remessa e a segunda que não chegou ser concluída pela gestão
anterior. Como já foi dito, a diferença entre um projeto e outro começa pela
cobertura feita com eternit, as ruas não foram abertas, falta padrão de energia
e até bem pouco, não tinha água encanada.
Na minha modesta opinião, para que o Governo Federal consiga mudar essa
realidade, dando tratamento igualitário, independente da cidade ou estado que o
brasileiro tenha escolhido para viver, terá que mudar as regras para financiamento
e liberação de recursos para esses projetos ou programas. O caminho pode estar
na padronização das moradias, não admitindo tamanha disparidade entre um
projeto e outro.
O
que me deixa encabulado, é que a fonte de financiamento é a mesma, o Governo
Federal. Aonde um busca dinheiro para construir conjuntos habitacionais com
toda infraestrutura, outros buscam para executar projetos inadequados em locais
de difícil acesso e sem nenhuma condição digna de se viver.
Mas porque os pobres de outros municípios
podem contar com tratamentos diferenciados enquanto os nossos são vistos com
desprezo por seus governantes?
A
resposta pode estar na importância que cada mandatário da à causa dos mais pobres e até mesmo na visão
empreendedora de cada um. Cada município tem a cara e o estilo de quem o
administra.
Em Rondonópolis os mais pobres não se sentem acanhados ou diminuídos em relação aos de maior poder aquisitivo, pelo-menos em relação as condições de moradia. As casas podem
variar de tamanho dependendo da renda de cada um, mas em se tratando de
infraestrutura, não muda nada. Aqui
pobre é tratado como pobre. Os governantes acham que está fazendo favor, o pior
é que os mais pobres acreditam.