A SECOM, Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá divulgou nota na ultima quinta feira, informando que nos próximos 30 anos, os serviços de água e saneamento de Cuiabá serão explorados pela Companhia de Águas do Brasil (CAB Ambiental), vencedora do processo licitatório que culminou com a privatização da SANECAP. A luta do movimento liderado pelo Fórum de Luta Contra a Privatização da SANECAP não foi suficiente para impedir o avanço das políticas neoliberais em curso no Estado de Mato Grosso.
A onda de privatização que iniciou no Governo Fernando Collor em 1990 e aprofundou no Governo Fernando Henrique objetivando promover o desmanche ou desmonte do Estado Brasileiro, perdeu folego com a chegada do PT a Presidência da República em 2002, mas continuou em curso nos estados e municípios administrados pelos partidos conservadores de direita que defendem a tese do Estado mínimo e do lucro individual em detrimento dos interesses da coletividade.
A partir de 2012, a água na Capital mato-grossense deixará de ser tratada como um bem público, essencial a cidadania e passará a ser comercializada como qualquer outra mercadoria. Ao invés de sanear as empresas publicas tornando-as viáveis e produtivas objetivando promover a inclusão social, facilitar o acesso das camadas sociais mais pobres aos serviços de primeira necessidade, a ótica liberal determina que empresas lucrativas como, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobas e outras tantas, quando não privatizadas, devem ser apequenadas para facilitar o lucro fácil da iniciativa privada. Mesmo este modelo provando sua ineficácia com a crise europeia dos chamados países do primeiro mundo, os liberais de direita continuam defendendo este modelo no Brasil.
Enquanto o povo brasileiro não entender que disputas eleitorais não se trava em torno de nomes e sim de projetos, entre os que defendem o Estado mínimo e os que defende o Estado do Bem Estar Social, fatos como o ocorrido em Cuiabá continuarão se repetindo em outros estados do Brasil governados por partidos que prefere um Brasil pequeno, nas mãos de poucos donos e com os mesmos donatários herdeiros das Capitanias Hereditárias do Brasil Império.
Joaquim Louredo, de Rondonópolis -MT