Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.
Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.
Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.
Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão, sérios riscos - desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomaram por louco e inventor de mentiras. (O mito da caverna foi escrito por Platão a mais de 2.500 anos)
O que temos de comum entre o momento atual em Pimenta Bueno e o Mito da Caverna?
Seria nosso viaduto um muro que separa as pessoas que vivem aqui da realidade vivida em outros municípios?
Como seria recebido um morador de Pimenta Bueno que passasse por Espigão do Oeste e voltasse dizendo que naquele município vizinho foi inaugurada uma belíssima sede da Previdência Social, que está se construindo oito quilômetros de asfalto com recursos próprios, a prefeitura fazendo parceria com os moradores para construir calçadas, que ja iniciou as obras de tratamento de esgoto sanitário e que apesar de arrecadar menos recursos com a COSIP as ruas estão totalmente iluminadas?
Como seria recebido um morador daqui que passasse por Rolim de Moura e verificasse que a rede de esgoto está sendo construída e que em breve, não haverá necessidade de fossa na maioria das ruas da cidade?
Como seria recebido alguém que visitasse Alta Floresta, Nova Brasilândia, Alvorada do Oeste e outros municípios mais e contasse como estão sendo feito a pavimentação asfáltica, a qualidade do serviço e o projeto das ruas duplas com canteiros no meio e iluminação publica de primeira linha?
Como seria recebido os que fossem a Cacoal e constatassem que o Centro Cultural, a feira do produtor, o ginásio de esportes, construídos na mesma época que os nossos estão todos funcionando?
Pois é, estou voltando à caverna (Pimenta Bueno) para revelar que nosso estado e nosso país se transformaram num verdadeiro canteiro de obras de ponta a ponta. Os Governos do PT não estão deixando faltar dinheiro para obras de infraestrutura e projetos sociais que venha contribuir com a diminuição das desigualdades regionais e sociais Brasil a fora, toda via, são os prefeitos e as bancadas de cada estado e município que define as prioridades e contratam a grande maioria das obras. Em alguns estados e em alguns munícipios, os gestores públicos conseguem fazer mais com menos e melhor, como é o caso de alguns que fiz questão de listar.
Não podemos olhar para as paredes do viaduto, como se fosse o muro da caverna, sem se dar conta de que do lado de fora, existe um centro de zoonoses abandonado enquanto a praga do caramujo cresce a cada ano, um projeto de feira e uma praça não concluída, um centro cultural inútil, uma reserva biológica queimada, invadida e cheia de lixo, um hospital, uma praça e um ginásio de esportes e o prédio da própria prefeitura que não se conseguiu reformar e obras realizadas com recursos federais que infelizmente deixam a desejar.
E antes que alguém diga que, “já tiveram a oportunidade no passado de fazer e não fizeram” vamos lembrar que no passado, não havia recursos federais sendo liberados como agora, o país não tinha um plano de desenvolvimento (PAC) e não contava com uma economia aquecida como conta hoje, com geração de emprego e investimentos públicos e privados praticamente em todos os setores da economia.
Como já disse certo pensador, nossa mente é como paraquedas, só funciona se estiver aberta.