Em defesa do rio Guaporé

Veja o que pensa os pescadores de Pimenteiras


Pimenteiras do Oeste em Rondônia, município com 2.315 habitantes, segundo o IBGE - 2010, tem uma colônia com 105 pescadores cadastrados. No mês de julho eles pescaram 13.782 quilos de peixes e distribuíram nos mercados vizinhos. Segundo Rosilene Freychamo, presidente da associação, os peixes de Pimenteiras são consumidos em Vilhena, Colorado do Oeste, Pimenta Bueno e Cacoal.

A associação que foi fundada em 02 de setembro de 1985 já chegou a contar com 240 associados. Este número diminuiu após a Assembleia Legislativa de Rondônia aprovar lei limitando a quantidade de peixe por pescador, que antes era de 400 kg por semana e foi reduzido para 70 quilos.

Caminhão Baú
Em março deste ano, a colônia de pescadores foi contemplada pelo Ministério da Pesca, com um caminhão baú que é utilizado para transportar o pescado até as cidades vizinhas. “Antes, vivíamos a mercê dos atravessadores que intermediavam a venda do nosso produto, hoje, fazemos a venda direta ao consumidor” afirma Rosilene. A Associação conta com uma estrutura composta de fabrica de gelo, balança, caminhão baú, escritório e porto para atracar as embarcações. Rosilene, diz que a Colônia de pescadores foi determinante para a emancipação politica e administrativa de Pimenteiras. A Lei exige que o distrito interessado em se tornar município possua pelo menos uma entidade fundada e registrada a mais de dois anos e os pescadores já haviam legalizado a entidade em 1985, por meio do Sr. Omero Aguiar de Andrade, seu primeiro presidente, falecido no mês passado.

Porto pesqueiro
Uma das grandes lutas da associação é conseguir realizar o ordenamento pesqueiro, separando os pescadores comerciais dos pescadores esportivos. Ela afirma que os pescadores comerciais estão sendo vistos como os vilãs da fuga dos peixes do entorno de Pimenteiras , o que não é verdade. Quando os peixes aparecem boiando na água, ou a agua fica vermelha, não somos nós, os pescadores que jogamos fertilizantes e agrotóxicos no rio, nos não plantamos soja e nem desmatamos as margens. “Nós respeitamos os quatro meses de piracema e não usamos embarcações com motores de alta potencia que joga agua nas barrancas do rio e espanta os peixes, diz Rosilene”.

A presidente da Colônia de pescadores diz ainda, que é preciso pacificar os conflitos existentes entre as portarias federais e estaduais. A uma grande dificuldade de saber qual portaria esta valendo, se do IBAMA ou da SEDAM.

Sobre repovoamento do rio, os biólogos que orientam a comunidade pesqueira diz não ser aconselhável soltar cardumes de uma determinada espécie no rio, isso pode causar desequilíbrio ambiental,  uma espécie aumentar muito e acabar extinguindo outra. O melhor método segundo Rosilene é o que já vem sendo praticado  na região, suspensão da pesca de determinada espécie por um determinado tempo. Este método é tão eficiente que hoje, o rio Guaporé já conta com uma super população de jacaré, ariranha, piranha e tartaruga. Do lado boliviano, o governo já está preste a autorizar a caça do jacaré, para evitar um maior desequilíbrio ambiental.

A atividade pesqueira é a principal atividade econômica do município, seguida do turismo, pecuária e agricultura. Já na cidade, a Prefeitura continua sendo a maior empregadora de mão-de-obra, seguida dos governos estadual e federal. 
Os pescadores vão continuar lutando pelo controle de embarcação, que para Rosilene é uma das grandes preocupação do momento. “ A cada dia aparece mais barcos no rio, o Guaporé esta ficando como as ruas das grandes cidades com os engarrafamentos de carros”, ordenamento pesqueiro e preservação das margens do rio. “Estão desmatando, jogando veneno e toneladas de lixo nas margens do rio”. Isso deveria ser visto pelas autoridades.

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