O diretório nacional do PT entrou esta semana com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo que o Supremo Tribunal Federal (STF) instaure inquérito contra o senador tucano do Pará, Mário Couto Filho, devido às suspeitas de que esteja envolvido em esquema de fraudes nas licitações da Assembléia Legislativa do Pará (ALEPA). Pelo fato de ser senador, uma ação contra o congressista exige fórum privilegiado.
Já, Sérgio Duboc, ex-diretor financeiro da Assembléia, e seu homem de confiança, está foragido. Outras seis pessoas que estariam relacionadas ao esquema também foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual por formação de quadrilha, peculato, falsificação de documento e fraude à licitação. Os crimes teriam ocorrido entre 2005 e 2006 quando Couto exercia o mandato de deputado estadual e era presidente da casa.
Segundo João Batista Silva, presidente estadual do PT-PA, as denúncias envolveriam “pessoas de confiança do senador". De acordo com a representação, Couto teria, durante seu exercício da presidência da ALEPA, cometido vários atos que redundam em sérias ilegalidades, improbidades administrativas e crimes.
Irregularidades persistem na Casa
O texto da representação afirma que, no entanto, as “irregularidades permaneceram, com sua intervenção, mesmo após sua saída daquela ALEPA, já no exercício do cargo de senador, uma vez que lá ficaram servidores exercendo importantes funções, intimamente ligados ao representado”.
A Procuradoria Geral da República vai analisar o caso e decidir se abre ou não a investigação. Espera-se que a decisão seja tomada em duas semanas. Mário Couto, ao ser indagado sobre as acusações, desconversou. Para ele, as acusações não passariam de uma "briga político-partidária do PT contra o PSDB". E as taxou como "uma declaração de guerra".
E a mídia no mais completo silêncio. Se houvesse uma sobra de dúvida sobre a conduta de qualquer deputado petista, o caso já estaria nos noticiários do horário nobre. Confira, aqui, a íntegra da representação do PT.