A presidenciável Dilma Rousseff recebeu nesta sexta-feira (22) em Belo Horizonte, o apoio de prefeitos do interior de Minas Gerais e de outras capitais do país. Entre eles, alguns pertencentes à sigla do adversário na disputa, José Serra (PSDB), e do DEM.
O candidato derrotado ao governo de Minas Gerais pelo PV, deputado José Fernando Aparecido, pediu a quem votou em Marina Silva (PV), no primeiro turno, que considere a petista para o segundo turno. A senadora foi a mais votada na capital mineira no primeiro turno à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva.
A prefeita de Natal, Micarla de Souza (PV), que se elegeu com uma base aliada ao DEM, fez discurso inflamado em favor de Dilma. “Quantas injustiças estão fazendo contra você. Mas o povo brasileiro vai fazer justiça. Trago a palavra de muitos companheiros verdes que estão com você”, disse a presidente estadual da sigla. Em seguida, entregou a Dilma um adesivo na cor verde com o número 13 estampado.
A prefeita de Capinópolis (MG), Dinair Isaac (DEM), disse que o que a levou a apoiar a petista foi “o diferencial de uma mulher estar disputando a Presidência”. Além dela, foram dar apoio à candidata os prefeitos tucanos de Itamonte (MG), Marcos de Carvalho, e o prefeito de Conceição do Tocantins (TO), Natalício Curcino.
Ainda estiveram no local prefeitos de seis capitais brasileiras que pertencem a partidos aliados. Segundo a organização, 250 prefeitos do interior de Minas e mais 180 vices foram dar apoio a ela.
Dilma aproveitou o encontro para fazer promessas aos prefeitos e atacar o tucano José Serra. “Eu não estou aqui fazendo promessa da boca para fora. Eu não faço promessas, eu assumo compromissos. Até porque eu não sou mulher de fazer compromisso e não cumprir. Eu honro a minha palavra. Eu nunca registrei em cartório compromisso, como o meu adversário fez, e rompeu, não cumpriu”, disse a petista, referindo-se a promessa feita por Serra de não deixar a Prefeitura de São Paulo, na campanha de 2004, para concorrer a outro cargo eletivo.
A candidata ainda se referiu a incidente ocorrido com ela ontem, na cidade de Curitiba, quando quase foi atingida por um balão d’água. Dilma comparou o ocorrido com o incidente sofrido por José Serra na quarta-feira (20), que foi hostilizado no Rio de Janeiro e atingido por um objeto.
“Vocês sabem o peso de um balão cheio de água jogado do 12º andar, que afunda um pouco o teto de um carro? É bastante pesado. Eu fui alvo disso ontem. Vocês podem olhar, não fui eu quem disse isso. O jornalistas presenciaram isso lá”, disse. “Eu acho que temos que ter muito cuidado em ficar transformando episódios que, por exemplo, não tinha nenhuma briga nesse momento, no caso do balão. Foi alguém que deliberadamente fez isso. Eu não saí por aí acusando a campanha dele”, alfinetou.
Ela ainda afirmou que não há ordem da direção da campanha para que militantes partam para o embate com os adversários. “Da nossa parte eu não acredito. Eu te digo com a sabedoria mineira. Aqui em Minas a gente fala: quando um não quer, dois não brigam”.