Após comentários do presidenciável José Serra (PSDB), feitos nesta quinta-feira (19), o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, divulgou nota para chamar de "grave e descabida" a acusação do tucano de que haveria perseguição a jornalistas no Brasil e financiamento de "blogs sujos" pelo Palácio do Planalto, para ajudar na candidatura de sua principal rival, Dilma Rousseff (PT).
"A imprensa no Brasil é livre. Ela apura – e deixa de apurar – o que quer. Publica – e deixa de publicar – o que deseja. Opina – e deixa de opinar – sobre o que bem entende", disse Franklin. "Jornalistas e veículos de imprensa jamais foram incomodados por qualquer tipo de pressão ou represália."
O ministro atribuiu as declarações de Serra às "paixões da campanha eleitoral" e ironizou o ex-governador por "toldar julgamentos serenos, mesmo naqueles que dizem ter nervos de aço". "Seria prudente que certos excessos fossem evitados. Ao dizer que o governo federal censura e persegue a imprensa, o candidato Serra não apenas falta com a verdade. Contribui também para arranhar a imagem internacional do Brasil", afirmou.
Mais cedo, no 8º Congresso Brasileiro de Jornais, Serra acusou o governo de fazer "patrulhamentos e perseguições sistemáticas" a jornalistas. Na quarta-feira (19), no debate Folha/UOL, o tucano já havia subido o tom de seu discurso oposicionista contra Dilma, o PT e o governo. Na semana passada, ele apareceu atrás da petista em todas as pesquisas de intenção de votos pela primeira vez.
No evento, Serra também atacou a TV Brasil e a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), por "criar empregos na área de jornalismo e servir de instrumento de poder para um partido." A emissora ligada ao governo federal também respondeu ao tucano, dizendo que os comentários são "estranhos" e que surgiu para atender a uma demanda semelhante à da TV Cultura, em São Paulo. Ambas são públicas.