Folha
Para Serra, apoio de prefeitos não tem a menor relevância
O PSDB discute nesta semana a punição de 25 prefeitos tucanos que flertam, em São Paulo, com a candidatura petista de Dilma Rousseff.
A traição ao presidenciável José Serra foi esboçada na quinta-feira (1º) da semana passada. Deu-se no município paulista de Campinas.
Em visita à cidade, a candidata de Lula participou de uma reunião com 117 prefeitos do auto-intitulado “Movimento Pluripartidário Pró Dilma Rousseff”.
Entre os presentes, havia 42 silvérios de Serra: 25 prefeitos do PSDB, nove do DEM e oito do PPS.
Presidente do PSDB federal e coordenador da campanha de Serra, o senador Sérgio Guerra disse ao blog:
“Essa questão será resolvida pelo PSDB de São Paulo. Cabe uma providência rígida do diretório estadual”.
Guerra não disse que punição será adotada. Apenas declarou que “o diretório estadual tem todas as razões para agir” contra as seções municipais.
O senador atribuiu a traição dos prefeitos a uma “cooptação” monetária do governo Lula.
Segundo ele, a dependência financeira das prefeituras em relação aos cofres de Brasília é um fenômeno “nacional”, não apenas paulista.
Desdenhou do assédio exercido pelo petismo: “Esse tipo de cooptação não se traduz em voto...”
“...Prefeito tem alguma influência na eleição para deputado. Na disputa presidencial, não tem a menor relevância. O que vale é a conquista da opinião pública”.
O repórter ouviu também o deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente nacional do DEM. Ele ecoou Sérgio Guerra.
Disse que os prefeitos da oposição, “dependentes de verbas federais, estão sendo chantageados pelo governo federal”. Daí as traições.
Delegou ao diretório paulista do DEM adoção de eventuais providências contra os nove traidores que se achegaram a Dilma no ato da semana passada.
Em São Paulo, o DEM é presidido pelo prefeito Gilberto Kassab, reeleito em 2008, depois de herdar, como vice, a prefeitura de Serra, em 2006.
A exemplo de Guerra, Rodrigo dá de ombros para o poder de influência dos iscariotes de sua legenda.
Afirma que, nos pleitos majoritários, o peso dos prefeitos é diminuto. Recorda que a fonte de “chantagem” da gestão Lula se esgotou.
“A lei eleitoral proíbe o governo de assinar convênios com os municípios a partir de 2 de junho”, disse.
Em timbre de ameaça, afirmou , de resto, que “os prefeito precisam medir as implicações de seus atos”.
Como assim? “Se o cara persistir numa linha contrária à do partido, quando for candidato à reeleição [em 2012], sofrerá as conseqüências”.
Além dos quintas-colunas do bloco de Serra, havia no ato de celebração à presidenciável do PT oito prefeitos do PV de Marina Silva.
Mais ágil, a legenda de Marina anunciara providências já no dia seguinte. O PV de São Paulo determinou a abertura de processos disciplinares.
Os judas esverdeados serão levados à Comissão de Ética do partido. Confirmada a traição, devem ser expulsos.
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Escrito por Josias de Souza às 03h50