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Nem os democratas estão aguentando o Serra
Oficializado como candidato sem definir o nome do vice, José Serra convive com a perspectiva de inaugurar uma crise em sua coligação.
Em privado, Serra torce o nariz para a hipótese de acomodar um político do DEM em sua chapa. Revela preferência pela escolha de um tucano.
Aliado tradicional do PSDB, o DEM farejou o cheiro de queimado. E ameaça reagir caso venha mesmo a ser preterido.
O único tucano que a tribo ‘demo’ aceitaria de bom grado seria Aécio Neves, que já refugou a incumbência. Qualquer outro resultará em encrenca.
É crescente a irritação dos caciques da tribo ‘demo’ com o estilo de Serra. Tacham-no de “centralizador”. Acusam-no de conduzir uma campanha “solitária”.
Enquanto Serra esteve à frente nas pesquisas, as diferenças foram escamoteadas. A subida de Dilma Rousseff içou-as à superfície.
“Se tivéssemos um nome alternativo, já teríamos mandato o Serra para aquele lugar”, disse ao repórter um dirigente do DEM, com a irritação à flor da pele.
As queixas alcançam da organização da agenda do candidato à demora na resolução de pendências regionais. No topo, a definição do vice.
“Para não acrescentar problemas a uma campanha já problemática, temos evitado a crítica pública. Mas o Serra não ajuda”, aditou o ‘demo’ queixoso.
O DEM não é um partido uniforme. Em meio à irritação, há os que empunham panos quentes. É o caso de José Agripino Maia, líder do DEM no Senado.
Em privado, Agripino advoga a tese de que, mediante uma negociação bem conduzida, seu partido pode digerir um vice tucano.
O problema é que as vozes da ponderação, como a de Agripino, vão sendo sufocadas pela algaravia que vem dos subterrâneos da legenda.
Presidente do DEM, o jovem deputado Rodrigo Maia (RJ) afastara-se de Jorge Bornhausen (SC), o antecessor da velha guarda que patrocinara sua ascensão.
Súbito, Rodrigo e Bornhausen encontraram na questão do vice um ponto de contato. Os grupos de ambos pegam em lanças pela escolha de um nome do partido.
A reaproximação das duas alas é sintomática. Serra não morre de amores por Rodrigo, que preferia a candidatura presidencial de Aécio Neves à dele.
Mas Bornhausen, atraído pelo prefeito ‘demo’ de São Paulo, Gilberto Kassab, achegara-se a Serra. E operava afinado com ele.
Entre as pendências regionais que se acumularam sob Serra está a Santa Catarina de Bornhausen. Ali, o DEM disputará o governo com o senador Raimundo Colombo.
E o governador Leonel Pavan, do PSDB, demora-se em apoiá-lo. Pior: Pavan cultiva a própria candidatura, a despeito de Colombo estar mais bem-posto nas pesquisas.
No plano nacional, o DEM admitira ceder a vice a Aécio em respeito à lógica. Adensaria a chapa. E renderia votos em Minas, o segundo colégio eleitoral do país.
O mesmo não se dá, alegam os ‘demos’, com outros tucanos que desfilam pelo noticiário como opções de Serra –Sérgio Guerra e Álvaro Dias, por exemplo.
O que se diz é que as opções do DEM –José Carlos Aleluia (BA) e o próprio Agripino—nada deixam a dever a nomes como o de Guerra e Dias.
O DEM marcou sua convenção nacional para 27 de junho. A pauta contém dois tópicos: a aprovação da coligação com o PSDB e a homologação do vice.
“Impossível dissociar uma coisa da outra”, diz, em timbre de ameaça, o mandachuva do DEM que conversou com o repórter.
“Os convencionais não ficarão confortáveis em aprovar a aliança com um partido que nos trate como aliados de segunda classe”.
Entre os tucanos, diz-se que, em parte, a demora na definição se deve à necessidade de aguardar pela definição do PP. Algo que tonifica o mal-estar do DEM.
Presidente do PP e primo de Aécio, o senador Francisco Dornelles (RJ) é um dos nomes que Serra leva ao rol dos vices. Em jogo, um minuto e meio de tempo de TV.
O diabo é que Dornelles se equilibra entre duas posições. A pessoal, favorável à “neutralidade”, e a da maioria de seu partido, adepta de uma aliança com Dilma.
A hipótese de o PP cair no colo de Serra é, hoje, uma improbabilidade concreta. Mas, ainda que houvesse chances, o DEM levaria o pé atrás.
Pai de Rodrigo Maia e amigo de Serra dos tempos de exílio no Chile, o ex-prefeito carioca Cesar Maia trata a opção Dornelles como inaceitável.
Entre quatro paredes, Cesar Maia argumenta que o DEM entrega a Serra uma vitrine televisiva mais vistosa que a do PP. Coisa de três minutos. Assim...
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Nem os democratas estão aguentando o Serra
Oficializado como candidato sem definir o nome do vice, José Serra convive com a perspectiva de inaugurar uma crise em sua coligação.
Em privado, Serra torce o nariz para a hipótese de acomodar um político do DEM em sua chapa. Revela preferência pela escolha de um tucano.
Aliado tradicional do PSDB, o DEM farejou o cheiro de queimado. E ameaça reagir caso venha mesmo a ser preterido.
O único tucano que a tribo ‘demo’ aceitaria de bom grado seria Aécio Neves, que já refugou a incumbência. Qualquer outro resultará em encrenca.
É crescente a irritação dos caciques da tribo ‘demo’ com o estilo de Serra. Tacham-no de “centralizador”. Acusam-no de conduzir uma campanha “solitária”.
Enquanto Serra esteve à frente nas pesquisas, as diferenças foram escamoteadas. A subida de Dilma Rousseff içou-as à superfície.
“Se tivéssemos um nome alternativo, já teríamos mandato o Serra para aquele lugar”, disse ao repórter um dirigente do DEM, com a irritação à flor da pele.
As queixas alcançam da organização da agenda do candidato à demora na resolução de pendências regionais. No topo, a definição do vice.
“Para não acrescentar problemas a uma campanha já problemática, temos evitado a crítica pública. Mas o Serra não ajuda”, aditou o ‘demo’ queixoso.
O DEM não é um partido uniforme. Em meio à irritação, há os que empunham panos quentes. É o caso de José Agripino Maia, líder do DEM no Senado.
Em privado, Agripino advoga a tese de que, mediante uma negociação bem conduzida, seu partido pode digerir um vice tucano.
O problema é que as vozes da ponderação, como a de Agripino, vão sendo sufocadas pela algaravia que vem dos subterrâneos da legenda.
Presidente do DEM, o jovem deputado Rodrigo Maia (RJ) afastara-se de Jorge Bornhausen (SC), o antecessor da velha guarda que patrocinara sua ascensão.
Súbito, Rodrigo e Bornhausen encontraram na questão do vice um ponto de contato. Os grupos de ambos pegam em lanças pela escolha de um nome do partido.
A reaproximação das duas alas é sintomática. Serra não morre de amores por Rodrigo, que preferia a candidatura presidencial de Aécio Neves à dele.
Mas Bornhausen, atraído pelo prefeito ‘demo’ de São Paulo, Gilberto Kassab, achegara-se a Serra. E operava afinado com ele.
Entre as pendências regionais que se acumularam sob Serra está a Santa Catarina de Bornhausen. Ali, o DEM disputará o governo com o senador Raimundo Colombo.
E o governador Leonel Pavan, do PSDB, demora-se em apoiá-lo. Pior: Pavan cultiva a própria candidatura, a despeito de Colombo estar mais bem-posto nas pesquisas.
No plano nacional, o DEM admitira ceder a vice a Aécio em respeito à lógica. Adensaria a chapa. E renderia votos em Minas, o segundo colégio eleitoral do país.
O mesmo não se dá, alegam os ‘demos’, com outros tucanos que desfilam pelo noticiário como opções de Serra –Sérgio Guerra e Álvaro Dias, por exemplo.
O que se diz é que as opções do DEM –José Carlos Aleluia (BA) e o próprio Agripino—nada deixam a dever a nomes como o de Guerra e Dias.
O DEM marcou sua convenção nacional para 27 de junho. A pauta contém dois tópicos: a aprovação da coligação com o PSDB e a homologação do vice.
“Impossível dissociar uma coisa da outra”, diz, em timbre de ameaça, o mandachuva do DEM que conversou com o repórter.
“Os convencionais não ficarão confortáveis em aprovar a aliança com um partido que nos trate como aliados de segunda classe”.
Entre os tucanos, diz-se que, em parte, a demora na definição se deve à necessidade de aguardar pela definição do PP. Algo que tonifica o mal-estar do DEM.
Presidente do PP e primo de Aécio, o senador Francisco Dornelles (RJ) é um dos nomes que Serra leva ao rol dos vices. Em jogo, um minuto e meio de tempo de TV.
O diabo é que Dornelles se equilibra entre duas posições. A pessoal, favorável à “neutralidade”, e a da maioria de seu partido, adepta de uma aliança com Dilma.
A hipótese de o PP cair no colo de Serra é, hoje, uma improbabilidade concreta. Mas, ainda que houvesse chances, o DEM levaria o pé atrás.
Pai de Rodrigo Maia e amigo de Serra dos tempos de exílio no Chile, o ex-prefeito carioca Cesar Maia trata a opção Dornelles como inaceitável.
Entre quatro paredes, Cesar Maia argumenta que o DEM entrega a Serra uma vitrine televisiva mais vistosa que a do PP. Coisa de três minutos. Assim...
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