A discriminação contra a mulher é histórica. Veja em trechos de Artigo da Psicóloga Maria Luiza Curti publicado em 2001. Na quinta feira passada o PT de Pimenta Bueno celebrou o dia internacional da mulher, com reflexões, musicas, poemas e discursos das lideranças locais.
Segundo a psicóloga Maria Luiza Curti, as mulheres através do tempo inspiraram atitudes contraditórias ao homem, que oscilaram da atração à repulsão e da admiração à hostilidade.
O historiador francês Jean Delumeau, através da sua obra "História do Medo no Ocidente" (Companhia das Letras), que levantou e estudou a história do medo dos cristãos ocidentais do século XIV ao XVIII. Delumeau detectou e identificou os medos coletivos; do mar, dos mortos, das trevas, da peste, da fome, da bruxaria, do Apocalipse e de Satã.
Os homens da Igreja fizeram o levantamento de Satã e nomearam como seu representante aqui na terra: os turcos, os judeus, os heréticos, as mulheres.
O medo e o enigma que a mulher representa para o homem não foi uma invencionice dos cristãos do século XIV, já existia há muito. O filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) via o sexo feminino como um defeito da natureza, "um macho mutilado" e, quatro séculos antes de Cristo, Hipócrates, grego considerado o pai da medicina, já definia a mulher como uma "criatura úmida e encharcada". Aliás, a "umidade da mulher" sempre intrigou o homem, chegando a ser atribuída à mesma o nascimento da filha mulher, pois deduziram que, na época em que a umidade era maior, ficava propício à fecundação do sexo feminino, um ser imperfeito.
A Igreja não estava só na sua pregação e repressão contra esse "santuário do estranho" que era a mulher. Contra ela se ergueu a voz de três autoridades de peso naquela época: os teólogos, os médicos e os juristas.
Os cristãos contrariaram a atitude de Jesus, inovadora para a época, que nunca discriminou as mulheres, antes, tratou-as com igualdade e dignidade, considerando-as pessoas inteiras. A Igreja teve dificuldade em colocar a teoria na prática, pelos obstáculos encontrados no contexto cultural em que o cristianismo foi difundido. Porém, enquanto seus discípulos homens, exceto João, o abandonaram, as mulheres permaneceram lá, firmes ao pé da cruz.
São Paulo contribuiu para colocar a mulher cristã em posição de subordinação tanto na Igreja como no casamento, 1 Coríntios 14:34-5: "Que as mulheres se calem nas assembléias, pois não é permitido tomar a palavra como a própria lei o diz". Santo Tomás de Aquino se baseará em são Paulo e declara: "Eu não permito à mulher ensinar e governar o homem".
Do púlpito às reuniões com os fiéis, as instruções nos manuais de confessores, o discurso eclesiástico era rigorosíssimo e o tema "mulher" era inesgotável.
O erudito jesuíta Del Rio aponta defeitos comuns nas mulheres: "a volúpia, o luxo e a avareza" e que são "andejas, vagabundas, faladoras, briguentas e cúpidas de elogios".
Para são Bernardo de Siena, todas precauções tomadas contra ela jamais seriam suficientes, pois, a mulher é um ser predestinado ao mal, portanto, é preciso ocupá-la com intermináveis tarefas caseiras para que não tenham tempo de pensar.
Nas obras do pregador alsaciano Thomas Murner (1512), a mulher é um "diabo doméstico", e aconselha que o marido não hesite em aplicar surras – não se diz que ela tem nove peles? e acrescenta que ela é "comumente infiel, vaidosa, viciosa e coquete".
O franciscano Álvaro Pelayo redigiu por volta de 1330, a pedido de João XXII, o "De Planctu Ecclesiae" que foi impresso em Ulm desde 1474, reeditado em Lyon em 1517 e em Veneza em 1560 e era dirigido ao mundo dos "clérigos encarregados de dirigir as consciências". Esse primor de misogenia, em sua segunda parte traz um catálogo de 102 "vícios e más ações" da mulher.
As acusações começam por Eva que foi a "mãe do pecado", portanto, toda mulher é "a arma do diabo", "a corrupção de toda lei". "Ela atrai os homens por meio de chamarizes mentirosos a fim de arrastá-los para o abismo da sensualidade. É acusada também de transformar "o bem em mal", "a natureza em seu contrário", especialmente no que concerne ao domínio sexual". Lançam mau-olhado, são "adivinhas ímpias" e se servem de encantamentos.
No século XII, um monge de Cluny, Bernard de Morlas escreveu poemas monásticos. Num pequeno trecho do "De Contemptu Feminae", que é todo dedicado ao desprezo à mulher, diz:
.........................................................................................................................
"A mulher é coisa má, coisa malmente carnal, carne toda inteira.
Dedicada a perder, e nascida para enganar,
Abismo inaudito, a pior das víboras, bela podridão,
Atalho escorregadio [...], coruja horrível, porta pública, doce veneno [...],
http://www.domoniofeminino.com.br/
Mudar esta cultura de anos de preconceito é um desafio que não deve ser atribuído apenas as mulheres, mas a todos os homens de boa vontade e conscientes deste País. O PT esta fazendo a sua parte e convida a todos para nesse dia internacional da mulher não apenas mandar flores, mas mudar de atitude em relação a tudo que se acreditou ser no passado o papel da mulher na política e na sociedade.
Segundo a psicóloga Maria Luiza Curti, as mulheres através do tempo inspiraram atitudes contraditórias ao homem, que oscilaram da atração à repulsão e da admiração à hostilidade.
O historiador francês Jean Delumeau, através da sua obra "História do Medo no Ocidente" (Companhia das Letras), que levantou e estudou a história do medo dos cristãos ocidentais do século XIV ao XVIII. Delumeau detectou e identificou os medos coletivos; do mar, dos mortos, das trevas, da peste, da fome, da bruxaria, do Apocalipse e de Satã.
Os homens da Igreja fizeram o levantamento de Satã e nomearam como seu representante aqui na terra: os turcos, os judeus, os heréticos, as mulheres.
O medo e o enigma que a mulher representa para o homem não foi uma invencionice dos cristãos do século XIV, já existia há muito. O filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) via o sexo feminino como um defeito da natureza, "um macho mutilado" e, quatro séculos antes de Cristo, Hipócrates, grego considerado o pai da medicina, já definia a mulher como uma "criatura úmida e encharcada". Aliás, a "umidade da mulher" sempre intrigou o homem, chegando a ser atribuída à mesma o nascimento da filha mulher, pois deduziram que, na época em que a umidade era maior, ficava propício à fecundação do sexo feminino, um ser imperfeito.
A Igreja não estava só na sua pregação e repressão contra esse "santuário do estranho" que era a mulher. Contra ela se ergueu a voz de três autoridades de peso naquela época: os teólogos, os médicos e os juristas.
Os cristãos contrariaram a atitude de Jesus, inovadora para a época, que nunca discriminou as mulheres, antes, tratou-as com igualdade e dignidade, considerando-as pessoas inteiras. A Igreja teve dificuldade em colocar a teoria na prática, pelos obstáculos encontrados no contexto cultural em que o cristianismo foi difundido. Porém, enquanto seus discípulos homens, exceto João, o abandonaram, as mulheres permaneceram lá, firmes ao pé da cruz.
São Paulo contribuiu para colocar a mulher cristã em posição de subordinação tanto na Igreja como no casamento, 1 Coríntios 14:34-5: "Que as mulheres se calem nas assembléias, pois não é permitido tomar a palavra como a própria lei o diz". Santo Tomás de Aquino se baseará em são Paulo e declara: "Eu não permito à mulher ensinar e governar o homem".
Do púlpito às reuniões com os fiéis, as instruções nos manuais de confessores, o discurso eclesiástico era rigorosíssimo e o tema "mulher" era inesgotável.
O erudito jesuíta Del Rio aponta defeitos comuns nas mulheres: "a volúpia, o luxo e a avareza" e que são "andejas, vagabundas, faladoras, briguentas e cúpidas de elogios".
Para são Bernardo de Siena, todas precauções tomadas contra ela jamais seriam suficientes, pois, a mulher é um ser predestinado ao mal, portanto, é preciso ocupá-la com intermináveis tarefas caseiras para que não tenham tempo de pensar.
Nas obras do pregador alsaciano Thomas Murner (1512), a mulher é um "diabo doméstico", e aconselha que o marido não hesite em aplicar surras – não se diz que ela tem nove peles? e acrescenta que ela é "comumente infiel, vaidosa, viciosa e coquete".
O franciscano Álvaro Pelayo redigiu por volta de 1330, a pedido de João XXII, o "De Planctu Ecclesiae" que foi impresso em Ulm desde 1474, reeditado em Lyon em 1517 e em Veneza em 1560 e era dirigido ao mundo dos "clérigos encarregados de dirigir as consciências". Esse primor de misogenia, em sua segunda parte traz um catálogo de 102 "vícios e más ações" da mulher.
As acusações começam por Eva que foi a "mãe do pecado", portanto, toda mulher é "a arma do diabo", "a corrupção de toda lei". "Ela atrai os homens por meio de chamarizes mentirosos a fim de arrastá-los para o abismo da sensualidade. É acusada também de transformar "o bem em mal", "a natureza em seu contrário", especialmente no que concerne ao domínio sexual". Lançam mau-olhado, são "adivinhas ímpias" e se servem de encantamentos.
No século XII, um monge de Cluny, Bernard de Morlas escreveu poemas monásticos. Num pequeno trecho do "De Contemptu Feminae", que é todo dedicado ao desprezo à mulher, diz:
.........................................................................................................................
"A mulher é coisa má, coisa malmente carnal, carne toda inteira.
Dedicada a perder, e nascida para enganar,
Abismo inaudito, a pior das víboras, bela podridão,
Atalho escorregadio [...], coruja horrível, porta pública, doce veneno [...],
http://www.domoniofeminino.com.br/
Mudar esta cultura de anos de preconceito é um desafio que não deve ser atribuído apenas as mulheres, mas a todos os homens de boa vontade e conscientes deste País. O PT esta fazendo a sua parte e convida a todos para nesse dia internacional da mulher não apenas mandar flores, mas mudar de atitude em relação a tudo que se acreditou ser no passado o papel da mulher na política e na sociedade.