Tio Domingos como é carinhosamente tratado na família é agricultor, mora numa chácara que inspira qualquer compositor de musica raiz a compor suas canções. Estivemos com ele nos dois dias de carnaval. Trocamos o samba pelas músicas caipira e as avenidas do carnaval pelas ruas de milho e de arroz. Pamonha, cural, frango caipira feito no fogão a lenha e temperado com banha de porco foi o cardápio do dia.
PROCÊ QUE NÃO FOI LÁ, VAI AI UMA POESIA CAIPIRA SÚPER ENGRAÇADA PRA DESCONTRAIR ;
Vô contá como é triste vê a veíce chegá,Vê os cabêlo caíno, vê as vista encurtá.Vê as perna trumbicano, com priguiça de andá.Vê “aquilo” esmoreceno, sem força prá levantá.
As carne vão sumino, vai parecêno as vêia.As vista diminuíno e cresceno a sombrancêia. As oiça vão encurtano, vão aumentano as orêia.
Os ôvo dipindurano e diminuíno a pêia.
A veíce é uma doença que dá em todo cristão:dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão.Dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o pulmão.Dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão.
Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece:vai passano pelas rua e as menina se oferece.A gente óia tudo, benza Deus e agradece,Correno ligeiro prá casa, procurano o INSS.
No tempo que eu era moço, o sol prá mim briavaEu tinha mil namorada, tudo de bão me sobrava.As menina mais bonita, da cidade eu bolinava.Eu fazia todo dia, chega o bichim desbotava.
Mas tudo isso passô, faz tempo ficô prá tráis As coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz.O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz.Prá falá mesmo a verdade, nem trepá eu trepo mais.
Quando chega os setenta, tudo no mundo embaraça.Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beija e abraça,Porém só faz duas coisa: solta peido e acha graça .
Autor desconhecido