A área plantada de soja no Brasil cresceu quase 150% em 15 anos, passando de 9 milhões, para 22 milhões de hectares. E o que isso tem a ver com o processo de migração em todo o Brasil?Olhando historicamente alguns dos processos migratórios, nos damos conta de que o tempo decorrido entre a chegada dos migrantes e um novo movimento de partida, é cada vez mais breve. Da chegada dos imigrantes europeus no Rio Grande do Sul até as primeiras migrações deste estado para Santa Catarina, passaram- se cem anos. Este mesmo processo no estado do Paraná, não demorou mais de 30 anos. Os sulistas chegaram em 1950 e já na década de 70/80 começaram a emigrar para o Mato Grosso e Rondônia.
Olhando o senso de 2000 e comparando-o com o senso 2007, os municípios da Região Sul de Rondônia, e mais especificamente os que vêm substituindo a agricultura familiar pelo cultivo da soja, podemos constatar uma forte diminuição da população em praticamente todos eles.
Um estudo da Pastoral do Migrante coordenado pelo Padre Luiz Bassegio já vem monitorando este fluxo migratório dentro do Estado e constatando esta mudança.
O avanço da cultura da soja que provoca o envenenamento dos rios por agrotóxicos, salinização e erosão do solo devido ao cultivo intensivo, não ameaçam apenas os rios e os peixes que habitam esta região, mas coloca em risco a própria existência das cidades.A Monocultura da soja ou da cana pode transformar vários municípios de Rondônia em cidades fantasmas em pouquíssimo tempo..Não sou presidente ou militante de nenhuma ONG e muito menos, adepto do ante agronegócio, defendo apenas um limite entre o progresso e a vida.