A celebração
litúrgica é ação da comunidade de fé dirigida ao Pai, por meio de Jesus Cristo,
na força do Espírito Santo. Neste sentido, não pode haver separação, nem
distinção entre a Liturgia e a Vida; entre aquilo que vivemos e aquilo que
celebramos. Quando celebramos, nos comprometemos com Deus e com os irmãos a viver
o nosso batismo na construção do Reino de Deus, que se concretiza num mundo
justo e fraterno, com vida para todos. ( Padre
Anderson Marçal)
A missa sertaneja e o arraial da
família ocorrido ontem na Comunidade Nossa Senhora de Fátima em Pimenta Bueno
foi uma celebração de vida e fé. Foi também uma homenagem aos trabalhadores do
campo que preparam a terra, plantam e colhem os alimentos que compõe a nossa
mesa todos os dias.
A benção dos frutos da terra e
dos alimentos, resultado do trabalho e do esforço de quem vive da pecuária e da
agricultura, veio após uma reflexão sobre os instrumentos que ainda se usam em
algumas regiões do país na preparação da terra para o plantio. Um
grupo de jovens trouxeram até o Altar algumas práticas e atitudes que não combina
com a preservação da natureza e da vida. O motosserra, a máquina de veneno e a
espingarda simbolizaram os instrumentos e as práticas que necessitam ser
combatidas e substituídas por politicas agrícolas
que fortaleça a produção orgânica e de base ecológica.
A sanfona, o violão, a viola e o carron embalaram os cantos em estilo e ritmo sertanejo. As roupas típicas das
festas juninas e os chapéus utilizados para proteção em dias de muito sol veio
acompanhado da ornamentação e da alegria experimentada por quem já participou
das festas do interior e das comunidades rurais. Mesmo sem energia à época, as festas reuniam
os compadres, comadres e a vizinhança. Bastava
uma sanfona, uma viola, frango e leitoa assada para iniciar a dança, o leilão e
folia.
Unir vida e liturgia é celebrar a
tradição, é confraternizar e resgatar a cultura e alegria dessa gente simples
que ainda hoje cultiva os valores da amizade, da fraternidade e da partilha.
Todos os freis estavam
presentes, inclusive os vizinhos de Espigão do Oeste que vieram celebrar e
participar deste maravilhoso encontro.
No final, a festa continuou do
lado de fora da igreja, com quadrilha, barraquinhas e muita comida típica. Quem
foi gostou e espera que no ano que vem tenha mais.